terça-feira, 12 de janeiro de 2016


Uma vez curiosa como sou dei uma espiada em seu universo particular, deparei-me com uma energia intensa e profunda com uma visão rasa de um oceano negro. Ao olharmos por um momento achamos que aquilo é raso, mas quando mergulhei de cabeça vi a imensidão de relatos passados, antigos como o oceano em que mergulhei. Nadei pelas profundidades do seu ser, e percebi que dentro de você há um buraco infinito onde tudo que tocas arrastas para dentro de ti, consumindo e transmitindo um pouco da calma do silêncio do seu universo. As estrelas que brilham em seu céu passam para os meus olhos, uma iluminação que cega minhas retinas, são fortes como tudo que habita dentro de ti. Seu corpo me faz ver e sentir com os toques que percorro sobre ele imensas cicatrizes que ainda não se fecharam, tudo isso de um homem com uma alma velha, que já percorreu existências variadas que o trouxe até aqui.
Cada passo que dou para dentro de ti levas minhas alma alto demais para cair. Uma adrenalina forte rodeia-me. Sinto o vento dos horizontes que percorrem pelos meus cabelos soltos. Um vento pós tempestade que vem para varrer tudo aquilo que desgastou-me a alma. Cada beijo que recebo teu me engole a alma e corpo, vejo-me completamente nua e vulnerável, frágil perto de ti, e forte por aguentar o peso dos teus pensamentos e sentimentos que ainda te ferem. Em cada gole que dou em ti desce por minha garganta um rasgo de ponta à ponta do meu corpo. Cortando-me em partes, dividindo-me em fases, relembrando-me o real motivo da existência de ser, de estar, de sentir. 

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