quarta-feira, 13 de maio de 2020

A frágil fronteira da razão.

A frágil fronteira da razão.

Não conheço esse artista mas eu guardo essa obra pra mim e chamo ela de: "monstros". Este homem sou eu, estes monstros são meus.

Sempre fui bem clara ao falar sobre depressão e ansiedade, transtornos que tenho praticamente desde sempre, mas eu nunca falei abertamente sobre o transtorno de personalidade borderline, se ele sempre esteve comigo eu não sei, mas ele veio à tona faz pouco mais de 2 anos e só esse ano eu consegui tirar ele de dentro de quatro paredes de uma sala de terapia. O caos que estamos vivendo piorou a saúde mental de todo mundo, foi a primeira vez que conheci mais pessoas com o mesmo transtorno, entrei em grupos, compartilhei meu sentir, eu escrevo e me liberto, escrevo sobre diversos assuntos, agora preciso escrever sobre esse também. Não é fácil assumir um transtorno que tá alí definido entre um estado de neurose e psicose. Mas vamos lá!

Transtorno de personalidade borderline significa fronteiriço ou a linha que compõem a margem. Por sua vez a margem pode ser definida como a faixa que limita alguma coisa. A própria denominação mesmo que em outra língua, já nos leva a deduzir que o funcionamento mental border guarda relação estrita com o substantivo limite. 
Conviver com border significa viver literalmente no limite. Esses limites são fáceis de ser observados pois dizem respeito as emoções. Sinto viver com uma hemorragia emocional, vez por outra sangra a alma e, não raro, o próprio corpo.

Vivo um eterno vazio dentro de mim, mesmo quase nunca estando sozinha, a intensidade dos meus sentimentos me torturam e pareço que nunca irei lidar com um dos mais bonitos que é o amor. É como não ter voz e ouvir de forma submetida e as verdades fizessem escorrer um veneno sobre meu amor. "Ele se engasga, eu me enfado, nós brigamos. Eu o amo e o odeio. Amo por sonar minha dor e o odeio por, sabendo disto, não estancá-la de vez."

O lado de cá e solitário e angustiante. Mas quase nunca os que estão próximos conseguem me ver sofrendo, ou estou rindo ou estou fingindo. É sempre assim. Quando quem amo conhece o border que vive em mim é como assinar a carta de despedida, ninguém fica. 
Exceto eles
Monstros.

Não sinta culpa por quem vai embora.
Nunca abra mão de si. Nunca! Mas deseje não ser o dono daquele banquinho solitário chamado razão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário