quinta-feira, 14 de maio de 2020

Todo poema em ode sua


Eu gosto da maneira como você não se importa com os meus silêncios 
Ou em me ouvir falar por horas até perder a voz e o sentido 
De quando você me mostra seus filmes e seu mundo e eu te descrevo no meu
De como teus dedos me arrepiam ao percorrer cada centímetro da minha pele
E de quando eu deito no teu peito e esqueço das horas 
Gosto como você me deixa solta sem deixar de colar em mim 
E como todos os Caetanos do mundo não cantariam metade do que os teus olhos dizem
Eu amo quando você fecha os olhos quando ri
E me desmancho quando eles se abrem e sorriem pra mim
Nós somos o pôr do sol mais belo que já caiu sobre a cidade 
Daqueles que colorem o céu em tons de rosa alaranjado e arrancam suspiros de pulmões cansados ao final da tarde 
Daquelas coisas que não precisam de esforço pra acontecer e apenas são 
Como aquele céu que faz querer correr pra praia e quase dá pra sentir o cheiro do mar 
Como aquele sol que não queima quando a pele se molha de sal
Como afogar de encontro ao outro sem afundar 
O céu daqui tem um pouco de nós dois, mesmo sem mar
Talvez porque nossos olhos já se acostumaram a olhar na mesma direção e aprenderam a observar e não só a ver
Porque nós colorimos em tons quentes sem apagar os azuis 

Porque apenas somos
Sem esforços 
Nem porquês.


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